Viver em uma cidade com o máximo de eficiência e sustentabilidade é o desejo de muitas pessoas. Principalmente de uns tempos para cá, percebeu-se a importância dos serviços e recursos essenciais e como, em tempos de crise, isso pode ser prejudicado pela dependência externa. Morar em um local com uma arquitetura capaz de suprir as necessidades dos próprios moradores torna-se, então, bastante interessante.
Sendo assim, uma ótima alternativa seria residir em uma cidade autossuficiente. Esse modelo urbano, que deve acompanhar as mudanças do mundo, envolve mais do que a autossuficiência em recursos. Ele abrange formas de proporcionar conforto e bem-estar a seus moradores. Muitos desafios estão surgindo para as cidades atuais e, diante disso, é preciso encontrar um novo caminho.
É necessário pensar em projetos que abordem temas como desigualdade, crise climática, falta de acesso à habitação, entre outros problemas. Pensando nisso, o Space 10, um laboratório de pesquisa e design com foco na vida dos seres humanos do futuro, desenvolveu o livro “The Ideal City - Exploring Urban Futures” com o intuito de inspirar projetos de cidades autossuficientes.
Quer entender mais sobre o assunto? Confira os cinco princípios, tratados no livro, que toda cidade precisa seguir para tornar-se uma cidade do futuro.
1. Engenhosa
O primeiro ponto trazido pelo livro é o fato de a cidade ser inventiva, ou seja, um local com muitos recursos. Dessa maneira, ela se torna ecológica e economicamente sustentável. Sua engenhosidade envolve todos os meios que os habitantes precisam para sua manutenção, priorizando os circuitos fechados de água, nutrição, material e energia.
Nesse tipo de cidade, os próprios resíduos tornam-se recursos, evitando desperdícios. Apesar de dedicar-se à valorização e à preservação ambiental, ela não deixa de crescer, mas promove o desenvolvimento que os humanos e demais seres necessitam para sua subsistência.
2. Acessível
Outra característica que as cidades do futuro possuem é a acessibilidade. Diversidade, inclusão e igualdade são levados a sério. Quer-se com isso garantir o bem-estar urbano para todos, independentemente de gênero, etnia, idade, religião etc.
Além disso, o acesso aos serviços básicos de saúde, educação, lazer, cultura e esporte, assim como a empregos, deve ser facilitado e sem distinção. Inclusive, as tomadas de decisão devem envolver a comunidade, que contará com um governo transparente.
3. Compartilhada
Temos visto como a economia compartilhada tem se desenvolvido e como ela é vantajosa. Nas cidades do futuro, essa ideia não poderia faltar, afinal, ela ajuda a promover um senso de comunidade, união e colaboração. E isso é muito importante para o bem-estar da população.
Sendo assim, as cidades do futuro são projetadas para promover interações sociais em espaços públicos, além do trabalho coletivo, da convivência e do transporte público, priorizando instalações compartilhadas. Além disso, é incentivado o agrupamento de habilidades, tecnologias e iniciativas.
4. Segura
Na cidade autossuficiente, são pensadas todas as condições necessárias para que as pessoas se sintam seguras e tenham qualidade de vida. A engenharia e a arquitetura preocupam-se em criar locais que forneçam proteção com relação aos eventos climáticos, desde inundações até acontecimentos mais severos.
A sensação de segurança vai ainda além. Ela abrange formas de prevenção e reabilitação do crime, envolve a tranquilidade de acesso à saúde e até o contato com a natureza. Dessa maneira, promove-se o bem-estar físico e mental.
5. Desejável
Além dos outros quatro pontos apresentados, a arquitetura trabalha para tornar o ambiente desejável na cidade do futuro. As pessoas precisam ter prazer em estar nesse lugar. Tudo que o ser humano precisa para se sentir satisfeito em uma cidade deve fazer parte do projeto.
Na cidade do futuro, a curiosidade, a admiração e a descoberta são incentivados. Essa promoção se dá por meio de uma vida pública interessante, com acesso à cultura, à arte, ao aprendizado, ao relaxamento, entre outros benefícios.
Viver em uma cidade autossuficiente está cada vez mais entre os desejos da população mundial. Profissionais responsáveis pelo desenvolvimento urbano têm cada vez mais incluído essas ideias em seus projetos. O mundo está evoluindo e a arquitetura deve acompanhar essas mudanças, proporcionando qualidade de vida para as pessoas e preservando os recursos naturais.
Agora que você já entendeu quais são as principais orientações para uma cidade autossuficiente, aproveite e conheça os principais tipos de projetos na arquitetura.