Se você já tomou um choque elétrico ao encostar em eletrodomésticos ou no portão eletrônico, fique atento, pois é altamente provável que sua casa não tenha aterramento elétrico. Na maioria das construções novas, a instalação é incluída no projeto, porém, em edificações mais antigas, as chances dessa proteção não existir aumentam bastante.
Antes de tudo, é necessário explicar a serventia do aterramento e quais são as medidas que devem ser tomadas se o imóvel não contar com o método preventivo. Esse sistema atua como uma rota de fuga para o excesso de corrente, protegendo pessoas e equipamentos de descargas elétricas.
Recomendações técnicas
Em outras palavras, quando um aparelho eletrodoméstico está ligado a um aterramento elétrico, o excesso de energia é direcionado pelo condutor para a terra. Na atualidade, vários equipamentos são produzidos com tal proteção. Porém, se ela não existir, pode ocorrer um acúmulo da corrente na carcaça e, consequentemente, haver choques elétricos.
A Norma Técnica Brasileira responsável pela padronização e orientação nas instalações elétricas é a NBR 5410. Nela, o primeiro item trata do sistema de aterramento específico para residências. Denominada de “Aterramento das massas da instalação elétrica”, a recomendação feita é que parte do sistema deve enterrar-se no solo.
Outra indicação é que os responsáveis pela instalação utilizem armaduras de concreto das fundações para fixar os eletrodos de aterramento (a parte que fica enterrada) ou barras e cabos metálicos especificamente previstos para esse fim.
Segundo o documento, não é permitido que a instalação do aterramento elétrico residencial seja colocada no padrão de entrada (poste) da concessionária de energia. Os dois funcionam com orientações diferentes, sendo que o primeiro segue a NBR 5410 e o segundo, o regulamento da empresa responsável.
Além da lista de requisitos técnicos detalhados, a norma reforça que a parte do imóvel formada pelos condutores elétricos e as massas metálicas (carcaças dos equipamentos, por exemplo) que estejam acima do solo devem ser interligadas e aterradas.
Qual é a função do aterramento elétrico?
Depois de conhecer alguns detalhes da norma padrão brasileira, vamos conhecer quais são os tipos de aterramento utilizados e suas funções.
O primeiro modelo é chamado “funcional” e é definido pela ligação de um dos condutores da instalação com a terra, de forma a manter o equilíbrio entre as fases do sistema.
Em contrapartida, a segunda opção é chamada “aterramento de proteção” e caracteriza-se pela ligação das massas elétricas (equipamentos) à terra, com intuito de proteger os usuários contra possíveis choques elétricos. A partir dessa prevenção é criado um caminho alternativo que leva a corrente de energia para fora do imóvel.
Além das funções citadas, o aterramento elétrico opera para eliminar interferências eletromagnéticas (EMI). Com esse entendimento, observa-se que não basta ter o sistema instalado, mas ele também deve seguir criteriosamente as normas regulamentadoras.
Sugestões de instalação
As indicações para aterramento elétrico em imóveis seguem algumas orientações técnicas, confira:
- Em imóveis já construídos é fundamental identificar as plantas das seguintes instalações subterrâneas: elétrica, sanitária (água e esgoto), combustíveis líquidos, gás e ar;
- Na maioria dos projetos elétricos, a localização do eletrodo de aterramento está sinalizada, facilitando o trabalho do eletricista;
- Outras opções de localização preveem a utilização de frestas em fachadas ou nos espaços internos destinados a jardins, passagens e pátios cobertos com lajes;
- No caso de edificações sem áreas livres disponíveis (prédios comerciais ou escritórios), é recomendado seguir as indicações das plantas de instalação elétrica ou optar por locais discretos, próximos aos muros de medidores de energia;
- Aterramento com eletrodos verticais são os mais utilizados em instalações de interiores, já que ocupam um espaço mínimo. Nessa situação, são empregados eletrodos (vareta de cobre) com a vantagem de se conseguir entre 6 e 12 Ω de resistência na dispersão.
Recomendações adicionais
Por fim, é válido destacar que alguns equipamentos eletrodomésticos não precisam do fio terra, já que as carcaças são construídas com proteção de choques elétricos. No entanto, o pino de aterramento deve ser colocado em toda a residência, a fim de proporcionar condição de funcionamento seguro dos aparelhos com o fio condutor.
Outra observação relevante no que se refere ao aterramento elétrico é para que o usuário substitua as tomadas antigas (de dois polos) por modelos de três polos, depois de concluir a instalação do fio terra.
Complementando as sugestões de proteção, a instalação do Dispositivo Diferencial Residual (DR) é obrigatória, segundo a NBR 5410, em circuitos situados em locais como banheiros, cozinhas, lavanderias, garagens e que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas do imóvel.
Com um aterramento elétrico estruturado, sua casa ou empresa terão mais proteção contra acidentes, concorda? E as medidas preventivas não terminam por aqui.
Acesse o blog e saiba como identificar mais falhas na rede elétrica.