Saiba como fazer a correção do fator de potência
29.08.2022 | 8 minutos de leituraA economia e o uso consciente da energia elétrica dependem do entendimento da sociedade sobre a necessidade de mudar os hábitos de consumo. Muitas práticas diárias podem contribuir com isso e uma delas é normatizada pela legislação brasileira, a correção do fator de potência.
Em caso de desequilíbrio desse fator, as instalações podem apresentar sobrecargas ou quedas de tensão, para citar somente dois exemplos de problemas. Diante da importância do tema, elaboramos um artigo para compartilhar informações que podem auxiliar os consumidores a reduzir os gastos. Acompanhe!
O que é fator de potência?
Primeiramente, é preciso esclarecer que o fator de potência é uma grandeza que indica a eficiência do uso da energia por meio da mensuração entre potência ativa e aparente de uma instalação elétrica.
Desse modo, é possível quantificar numericamente a diferença entre ambas e encontrar o valor estabelecido pela resolução normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
O documento estabeleceu que o padrão de eficiência é 1. Ou seja, quanto mais abaixo desse número, menor a eficiência do circuito. Em contrapartida, quanto mais próximo do número definido, maior a eficiência.
De modo geral, as causas para a redução do fator de potência podem acontecer pelas seguintes situações: transformadores e motores operando na condição de baixo carregamento; ou excesso de cargas capacitivas e indutivas.
Já em edificações empresariais e industriais, os principais motivos são reatores de baixo fator de potência no sistema de iluminação; fornos de indução ou a arco; máquinas de tratamento térmico e solda; além da ocorrência do nível de tensão.
Com esse entendimento, é preciso realizar a correção do fator de potência regularmente a fim de evitar ocorrências de sobrecargas, perdas na instalação, quedas de tensão, subutilização da capacidade dos equipamentos e cobranças extras na fatura de energia.
Como é feita a correção do fator de potência?
Como foi possível observar, a correção do fator de potência é obrigatória pela legislação nacional e para a garantia do uso eficiente da energia elétrica. O procedimento pode ser realizado com a instalação de capacitores em quatro situações. Saiba quais são!
- Correção na entrada da energia de alta tensão: revisa o fator de potência verificado pela concessionária. Contudo, não resolve as irregularidades internas que diminuem a tensão.
- Correção na entrada da energia de baixa tensão: com utilização dos bancos automáticos de capacitores, essa aferição permite uma correção significativa dos problemas encontrados nas instalações. Normalmente, é indicada para redes com elevado número de cargas com potências diferentes e modos de utilização irregulares.
- Correção por grupos de cargas: por intermédio do capacitor, instalado nos quadros elétricos dos equipamentos, pode-se corrigir um setor ou um grupo de pequenas máquinas, com potência máxima de 10 cavalos-vapor (CV).
- Correção localizada: considerada uma das melhores soluções para a correção, é feita com a instalação de um bloco de capacitores em cada equipamento que precisa ser avaliado. Na opinião dos especialistas, o método é vantajoso por gerar potência reativa apenas onde é necessária, reduzindo perdas energéticas em toda a instalação.
- Correção mista: é feita com a mesma finalidade da ação localizada, no entanto, pode-se ainda: instalar um banco de capacitores fixos ao lado do transformador de entrada, corrigir grupos de motores com potência menor que 10 CV e usar na entrada da rede de iluminação quando houver reatores de baixo fator de potência.
Vantagens da correção do fator de potência
Inicialmente, o resultado direto é verificado no custo da tarifa de energia elétrica em unidades residenciais ou empresariais. Considerando a área industrial, foi confirmado que os sistemas de distribuição dotados de capacitores conseguem elevar a tensão elétrica em até 5%.
Desse modo, o investimento em melhorias das instalações elétricas, aliado à correção do fator de potência, contribui para aumentar a capacidade de equipamentos em manobra e a vida útil das instalações e máquinas, além de reduzir o efeito joule e a corrente reativa na rede elétrica.
Para as concessionárias de energia, as vantagens são semelhantes, já que o bloco de potência reativa deixa de circular no sistema de transmissão e distribuição, aumentando a capacidade de geração de energia e, assim, atendendo mais consumidores em determinado perímetro.
Nas residências, os proprietários também são beneficiados com a correção do fator de potência e os efeitos são sentidos na maior vida útil dos aparelhos elétricos e eletrônicos, na redução do calor gerado em equipamentos e na diminuição da corrente reativa.
Em resumo, a correção do fator de potência atende às demandas de uso consciente de energia elétrica em residências, comércios e indústrias. Mais ainda, auxilia a identificar e corrigir problemas de sobrecarga que podem evoluir para situações mais graves, como curtos-circuitos.
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