Como a mobilidade urbana pode melhorar a qualidade de vida da sociedade?
21.09.2021A percepção das pessoas em relação à mobilidade urbana geralmente é associada ao transporte público ou individual. No entanto, esse conceito é mais abrangente e está inserido no planejamento das cidades, já que define o modo como a população se locomove nos espaços.
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que o Brasil conta com uma Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), instituída pela Lei Federal n. 12.587 de 2012. Contudo, mais que uma definição de transporte, a mobilidade deve ser avaliada nos quesitos: qualidade, acessibilidade, segurança e sustentabilidade.
Objetivos para o bem-estar coletivo
Segundo o documento sancionado pelo Governo Federal, a mobilidade urbana nacional deve atender aos seguintes objetivos:
- reduzir as desigualdades e promover a inclusão social;
- promover o acesso aos serviços básicos e equipamentos sociais;
- proporcionar melhorias nas condições urbanas da população, nos quesitos acessibilidade e mobilidade;
- promover o desenvolvimento sustentável e reduzir impactos ambientais e socioeconômicos decorrentes dos deslocamentos de pessoas e cargas nas cidades;
- consolidar uma gestão democrática que garanta a construção contínua e o aprimoramento de projetos específicos para esses fins.
Em outras palavras, a mobilidade urbana é fundamental para o desenvolvimento global da economia. Isso é observado no levantamento de Oliver Wyman Forum, que analisou o crescimento em termos totais e ligados a serviços, sistemas e dados.
Setores integrados pela mobilidade urbana
Em razão da integração dos setores de produtos e serviços existentes na sociedade, a projeção de crescimento para o mercado focado em oferecer soluções sustentáveis é de 12,5% ao ano. Um dos segmentos mais beneficiados será o de energia aplicada à mobilidade urbana, em razão da crise climática global que precisa ser mitigada.
Segundo dados apresentados na 24ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP 24), o transporte foi responsável por 25% da emissão de gases com efeito estufa. Detalhe que os veículos particulares têm participação de 45% nessa produção, contra 5% dos ônibus que compõem a frota de transporte coletivo.
Nesse sentido, as consequências do alto número de veículos em circulação nas cidades brasileiras são: baixa qualidade do ar, poluição sonora e estresse para motoristas e demais cidadãos que necessitam deslocar-se para trabalhar ou estudar, por exemplo.
Especialistas recomendam que as pessoas criem o hábito de deixar o veículo em casa e adotem outras formas de locomoção, como bicicletas, patinetes e caminhada, quando for possível.
Melhorias na qualidade de vida
Tendo em vista que o grande desafio das cidades é implementar ações de mobilidade urbana, é preciso reforçar que a frota de automóveis e motocicletas do Brasil registrou crescimento de 400% na última década. Analisando esse índice, observa-se que no escopo das políticas públicas devem estar incluídos projetos de conscientização da população para uma mudança de comportamento.
Com essa meta, representantes da sociedade civil têm atuado para divulgar boas práticas em transportes coletivos integrados e, consequentemente, mais sustentáveis. Alguns exemplos que já registram bons resultados são: sistemas de transporte sobre trilhos (metrôs, trens e bondes), bicicletas públicas e teleféricos.
Além disso, a estruturação de novas formas de aplicabilidade da mobilidade urbana envolve os setores de infraestrutura, ambiental e jurídico. Dessa forma, será possível reunir melhorias em políticas públicas, planejamento, desenvolvimento econômico, saneamento básico e gestão urbana.
Para exemplificar, podemos citar duas alternativas sustentáveis no consumo de bens e serviços. A primeira é o uso de energia solar, que utiliza luz e calor dos raios solares para a geração energética. As formas de uso podem acontecer na modalidade térmica ou fotovoltaica e são consideradas fontes de energia limpa.
Com a mesma importância, o aumento na utilização de carros com abastecimento elétrico, proveniente de fontes renováveis, deve reduzir o consumo de combustíveis fósseis e, consequentemente, diminuir a emissão de gases estufa.
Em síntese, a mobilidade urbana apresenta muitas opções para melhorar a qualidade de vida da sociedade, contribuindo para o que temos de mais importante, o meio ambiente.
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